O parto do poema
Por entre veias e artérias, brota a poesia. Farta. Bruta. Sem freio. Estende fios ao redor do coração. Enovela. Espreme. Até que dos sentimentos sobre o sumo. A poesia não tem outra cor: a poesia é vermelha.
Do coração, o poema grita ao cérebro por palavras. Ainda zonzas, despertam. Olhos semi-cerrados. Tateiam. A poesia urra: pressa. As palavras atropelam-se. Posicionam-se. E trocam de lugar. Posicionam-se. E trocam de lugar. Empurram. Pisoteiam.
Ordem. A poesia ofega. Desacelera. Suspira.
Um rompante rasga a calmaria.
Num salto cego palavras pulam para o papel. Encarnam o branco. Dilaceram o silêncio. Emaranham-se. Com a unha, garroteiam a fibra da celulose. Esganam. Resignado, o papel sangra a poesia.
1 Comments:
Meus deuses!!! Que vontade de ter escrito este texto. Lindo, lindo, lindo... Acho que em meu próximo post, no meu novo blog, farei 'propaganda' desse seu texto, e tentarei estabelecer um diálogo com essas suas palavras.
Obrigado por elas!
http://teofilotostes.wordpress.com/
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