Passeio
Espio tua boca com o canto dos meus grandes olhos. Tu sorris. Do alto de tuas amêndoas curiosas espreitas crianças brincando no gramado. Eu vigio-te. Vigio-me. Seguro-me. Sem coragem. De somar minha cabeça ao teu ombro. Minha mão a teus cabelos. Minha boca ao teu sorriso. Essa menina de cabelos vermelhos a teus pensamentos.
O fim de tarde faz tudo mais grave. A cada tombo do sol fica mais difícil falar daquelas coisas. Dispenso didática e métrica. Mantenho-me muda. Sobram papas na língua. Essa língua que sempre se mete onde bem entende. Agora se enrola, medrosa. Fala de tudo, menos de ti. Menos de ti, mais eu. De eu, mais tu.
Caminhamos entre as árvores. Lado a lado. Pé ante pé. Cinco centímetros e meio separam meu cotovelo do teu. Por acidente, eles se encontram. Arrepia minha nuca. Avermelha minha maçã do amor, a do rosto. Tímidos, os cotovelos se recolhem aos seguros cinco centímetros e meio.
Por descuido, imagino nossa cena de cinema. Esquetes óbvios. Num teatro simples. Unir os lábios em meio a um gole no bebedouro do parque. Roubar um beijo estalado antes de deixar-te subir no ônibus. Confessar que aquele poema eu fiz foi pra ti. E não pra outro Fulano.
Tropeço em um graveto que se atravessa em meu caminho. Lembro de esquecer meus rubros pensamentos. Abano o ar como a espantar um mosquito impertinente. Idéias de romance se dissipam floridas. Flutuam como pó de pimenta no campo. Deixam-se levar pela brisa do fim de tarde. E o sol se põe. Mais uma vez ao nosso lado. Meu. E teu. Quero-te meu. Lado.
O fim de tarde faz tudo mais grave. A cada tombo do sol fica mais difícil falar daquelas coisas. Dispenso didática e métrica. Mantenho-me muda. Sobram papas na língua. Essa língua que sempre se mete onde bem entende. Agora se enrola, medrosa. Fala de tudo, menos de ti. Menos de ti, mais eu. De eu, mais tu.
Caminhamos entre as árvores. Lado a lado. Pé ante pé. Cinco centímetros e meio separam meu cotovelo do teu. Por acidente, eles se encontram. Arrepia minha nuca. Avermelha minha maçã do amor, a do rosto. Tímidos, os cotovelos se recolhem aos seguros cinco centímetros e meio.
Por descuido, imagino nossa cena de cinema. Esquetes óbvios. Num teatro simples. Unir os lábios em meio a um gole no bebedouro do parque. Roubar um beijo estalado antes de deixar-te subir no ônibus. Confessar que aquele poema eu fiz foi pra ti. E não pra outro Fulano.
Tropeço em um graveto que se atravessa em meu caminho. Lembro de esquecer meus rubros pensamentos. Abano o ar como a espantar um mosquito impertinente. Idéias de romance se dissipam floridas. Flutuam como pó de pimenta no campo. Deixam-se levar pela brisa do fim de tarde. E o sol se põe. Mais uma vez ao nosso lado. Meu. E teu. Quero-te meu. Lado.
6 Comments:
Peguei pra mim, ta?
Pra variar, lindo como sempre... depois quero saber quem é esse moço, hem!
hummmm
novidades amorosas?
coisas do meu eu lírico, aninha... hehehehe. liriquíssimo, eu diria.
beijocas! e roube a vontade.
coisas do meu eu lírico, aninha... hehehehe. liriquíssimo, eu diria.
beijocas! e roube a vontade.
coisas do meu eu lírico, aninha... hehehehe. liriquíssimo, eu diria.
beijocas! e roube a vontade.
Sabia que eu adoro tudo quanto você escreve. Detalhista e observadora ao nível máximo do lirismo...
E este silêncio tão bem descrito por ti grita, berra, inquieta-se... mas só dentro da gente. Adorei essa descrição e o modo como as idéias de romance se dissipam floridas!
Sabia que eu adoro tudo quanto você escreve? Detalhista e observadora ao nível máximo do lirismo...
E este silêncio tão bem descrito por ti grita, berra, inquieta-se... mas só dentro da gente. Adorei essa descrição e o modo como as idéias de romance se dissipam floridas!
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