Elas e Elis
Elas dominam Elis. Infestam-lhe a face. Salpicam-lhe o colo. Pontuam-lhe a barriga.
Pé ante pé. Saem, disfarçadas, de trás da orelha direita. Como um larápio prestes a entrar em ação, deslizam para a cara redonda cor de chocolate. Instalam-se nas bochechas recheadas. A doce maçã do rosto ocuparia com sobras o espaço entre o polegar e o indicador de uma tia coruja. Elas são temerosas àquela luz. Tremem ao se aproximar das bolitas cor de terra que Elis chama de olhos. A vassourinha de cílios pretos as varre para o nariz. E caem desengonçadas como um bêbado tropeçando no asfalto de uma noite suja.
Estateladas, ficam por lá. Erguem-se cambaleantes e sacodem a poeira. Pequenos grãos cinzas levantam vôo. Cheiro de tempo antigo. Baú de quinquilharias. O nariz de azeitona graúda avermelha-se de repente. Elis aponta o queixo para o teto. Aperta os olhos. Abre a boca cor de morango. Num lance, espirra. Elas, que se espanavam da queda, tomam um susto. Elis leva a mão larga ao rosto. Os dedos compridos acomodariam fácil uma manga madura. Mas agora tapam apenas aquela pequena bolinha de carne oval, assoada com uma ponta de papel amassado.
Alerta! Abandonam a área desnorteadas. Tropeçam nas narinas. Escapam da ameaçadora dúzia de dentes que se abraçavam em um sorriso. Pernas para que te quero. Escorregam pelas curvas suaves do queixo. Lançam-se em um abismo cego.
Queda. Tombo. Vertigem. Fecham os olhos para esquecer o suicídio acidental.
Pasmam. Sentem um travesseiro de plumas sob suas costas. Morno como um berço para filhotes. Espiam para os dois lados. Salvas. No colo macio de algodão, aninham-se as pequeninhas. No regaço, enrodilham-se as pintas pretas de Elis.
Pé ante pé. Saem, disfarçadas, de trás da orelha direita. Como um larápio prestes a entrar em ação, deslizam para a cara redonda cor de chocolate. Instalam-se nas bochechas recheadas. A doce maçã do rosto ocuparia com sobras o espaço entre o polegar e o indicador de uma tia coruja. Elas são temerosas àquela luz. Tremem ao se aproximar das bolitas cor de terra que Elis chama de olhos. A vassourinha de cílios pretos as varre para o nariz. E caem desengonçadas como um bêbado tropeçando no asfalto de uma noite suja.
Estateladas, ficam por lá. Erguem-se cambaleantes e sacodem a poeira. Pequenos grãos cinzas levantam vôo. Cheiro de tempo antigo. Baú de quinquilharias. O nariz de azeitona graúda avermelha-se de repente. Elis aponta o queixo para o teto. Aperta os olhos. Abre a boca cor de morango. Num lance, espirra. Elas, que se espanavam da queda, tomam um susto. Elis leva a mão larga ao rosto. Os dedos compridos acomodariam fácil uma manga madura. Mas agora tapam apenas aquela pequena bolinha de carne oval, assoada com uma ponta de papel amassado.
Alerta! Abandonam a área desnorteadas. Tropeçam nas narinas. Escapam da ameaçadora dúzia de dentes que se abraçavam em um sorriso. Pernas para que te quero. Escorregam pelas curvas suaves do queixo. Lançam-se em um abismo cego.
Queda. Tombo. Vertigem. Fecham os olhos para esquecer o suicídio acidental.
Pasmam. Sentem um travesseiro de plumas sob suas costas. Morno como um berço para filhotes. Espiam para os dois lados. Salvas. No colo macio de algodão, aninham-se as pequeninhas. No regaço, enrodilham-se as pintas pretas de Elis.
Elis (não a Regina) é amiga querida. Inspiração para exercício de descrição. Tudo por um texto melhor.
4 Comments:
Ficou muito bom, Carol! Tomara que Paquito aprove. Beijo!
Ahhhh
agora eu fiquei triste de nao estar fazendo o curso contigo, so pra correr o risco de ganhar uma descrição mimosa dessas!!!!
adivinha pra onde eu levei!
beijos
O Paquito precisa te escrever um e-mail retirando a sugestão de te mandar pro curso de enfermagem!
Melhor?!?
Postar um comentário
<< Home