Do novo. De novo.
Aperto o olho até pupila arder sob pálpebra. Não estanco a lágrima. Oleosa, ela escorre. Desliza por minhas bochechas de pêssego maduro. Embrenha-se pelo rasgo de boca. Sorvo a gota de salmoura.
Gole de lágrima dá soluço. E eu soluço. Estremeço o peito. Pescoço cravado entre os ombros. Espalmo a fronte entre dez dedos. Lavo a cara com água salgada. O coração seco se encolhe.
Ele se foi.
Silêncio ofendido por soluços cortantes. O som do sereno. E o soluço. O ruído da madrugada. E o soluço. A fala do mudo. E o soluço.
Soluço. Até que sussurros de sílabas acodem: “Carolina”.
Meus olhos cor de vida se erguem em par. Medo. Apontam para além dos dedos molhados de choro. E ele está lá. Cabelos em desalinho. Duas amêndoas ladras de coração me fitam. Singelas como a infância.
Desafogo os olhos. Desaperto o coração. Minha maçã vermelha lhe cobre a boca. Dedos de pianista afagam meus cachos encarnados.
Ele voltou.
5 Comments:
hum... pressinto que 'ele voltou' = 'permaneço em SP...'. quando o coração comanda é melhor mesmo, quem sabe o teu não te traz pra cá? ;)
Consegui ver tuas contas azúis faiscarem com a alegria desse encontro. E antes de qualquer um imaginar perfídias e venenos no comentário meu comentário, deixo claro que falo do encontro com a postagem de textos no blog!
Tá me devendo um café
bjs
eu lírico
ilusão coronariana
bobagem destas
ficção
beijos linda....
to com saudades
botei lá
ai, amo essa ladrana!
saudades demais.
aparece em sampa, lindona.
Postar um comentário
<< Home