Todos, severinos
Filhos do mesmo solo. Terra de nossa gênese. E de nosso juízo final. Seja ela chão rachado do sertão. Seja ela asfalto cinza de metrópole. Somos todos severinos. Vendendo a alma por um pão francês. Vendendo a alma por um Porsche prateado. Somos todos severinos. Vivemos como severinos. E como severinos morreremos. Um dia cairemos, todos, severinos. Suspiraremos a última lástima. Sorriremos a derradeira alegria. E sucumbiremos ao funéreo fim. Num determinismo poético. Num tapa de luva do destino. Que nos iguala, severinos.
“Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar alguns roçado da cinza.” [Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto]
“Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar alguns roçado da cinza.” [Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto]
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